
Fitorremediação de poluentes atmosféricos
Por Tábata Thaisa Gallo; Beatriz Brasil e Mônica Beatriz Kolicheski
Atualizado em: 19/04/2023
A fitorremediação é uma técnica sustentável para o controle da poluição e consiste na utilização de plantas para auxiliar na remoção de poluentes do ar (solo e água também).
Com a escolha adequada da planta a fitorremediação é uma opção limpa (usa energia solar),
de baixo custo (investimento e manutenção), de fácil implementação e manutenção das plantas, permite a estabilização do solo, é ambientalmente amigável e esteticamente agradável, e, portanto apresenta uma boa relação custo-benefício.
Além de remover poluentes a fitorremediação permite a economia de energia e melhora a qualidade do ar, e consequentemente, melhora a saúde de pessoas que residem em grandes centros urbanos. Porém, a técnica de fitorremediação de poluentes do ar está na fase inicial e os estudos sobre a sua aplicação são escassos.
A escolha das plantas para a melhoria da qualidade do ar em cidades deve ser baseada em espécies que sejam efetivas para a remoção de poluentes do ar e que estejam adaptados ao solo e clima da área urbana. Vale ressaltar que diferentes partes das plantas são responsáveis por diferentes processos de fitorremediação do poluentes do ar (fitostabilização, rizodegradação, fitoextração, fitodegradação, fitovolatilização e fitofiltração).
Poluentes como material particulado (MP) e gasosos inorgânicos (NOx e SO2) e orgânicos (formaldeído, benzeno, tolueno e tricloroetileno) podem ser removidos por fitorremediação tando de ambientes externos como internos.
No Projeto o Ar que Respiramos a fitorremediação de material particulado foi avaliada. A emissão de MP ocorre basicamente de duas formas, por fontes fixas, como a atividade industrial, e por fontes móveis como veículos automotivos, portanto, locais com grandes frotas de veículos terão maior concentração de MP no ar.
Estudos mostram que o MP relacionado ao tráfego é considerado responsável por uma grande parte da emissão antropogênica na área urbana sendo que 25% das emissões de PM2,5 e PM10 são causadas pelo tráfego de veículos em todo o mundo e a fitorremediação apresenta-se como uma técnica de minimização e retirada de uma parcela deste poluente do ar, evitando que ele se espalhe ainda mais, e consequentemente piore a qualidade do ar e a saúde dos moradores de centros urbanos.
Neste caso, o MP se depõe sobre a superfície das folhas das plantas (fitofiltração), uma parte fica retida na cera presente na folha, e após essas folhas serem lavadas pela chuva a parcela de poluente carregado pela água não mais retornará a ficar suspenso no ar e causar danos ao meio ambiente urbano.
De acordo com Yang e Liu a efetividade da fitofiltração características morfológicas, como orientação da folha no eixo principal, tamanho e forma, natureza da superfície, presença ou ausência de tricomas e deposição de cera, são fatores importantes para a escolha das espécies a serem adotadas para a remoção de poluentes do ar ambiente.
O Projeto o Ar que Respiramos estudou a eficiência de remoção de MP por uma espécies de trepadeira - a Ficus pumila L. conhecida popularmente como unha de gato. Estas espécie foi escolhida por estar bem adaptadas as condições climáticas da cidade de Curitiba e por ser indicadas para o uso na arborização urbana. Foram coletadas amostras de folhas, as quais foram analisadas em laboratório com o objetivo de quantificar o MP retido nestas folhas o possibilitou evidenciar o potencial de fitorremediação de MP por esta espécie.
Porém, como todo processo, a fitorremediação também possui desvantagens, os resultados são lentos quando se compara a outras tecnologias, não é possível reduzir em 100% da concentração do poluente e a quantidade removida varia de espécie para espécie e os limites de toxicidade do poluente devem ser considerados. O crescimento das plantas depende do clima, estação do ano e o solo (pH e salinidade) e podem gerar poluentes secundário durante o longo processo de crescimento das plantas.
Pesquisadores:
Tábata Thaísa Gallo
Profa. MSc. Sandra Mara Pereira de Queiroz
Beatriz Pacheco de Carvalho Brasil
Profa. Dra. Mônica Beatriz Kolicheski